segunda-feira, 17 de julho de 2017

Você se sente livre?


Gosta de refletir e entender sobre a vida? Eu adoro! Então vamos lá! Você se sente livre?

Sua resposta pode ter sido sim, me sinto livre. Talvez porque é maior de 18 anos, ou por ser independente financeiramente, ou por dar asas a algumas coisas que considera “rebeldia”, ou porque está solteiro e não precisa dar satisfação a ninguém, e por aí vai.

Será mesmo? Já parou pra pensar sobre a liberdade, o que é ela realmente?

Vamos começar pelos nossos limites. Em todos os aspectos existem limites, vou dar alguns exemplos.

Uma viagem: existem pessoas que nunca saíram de sua cidade. Outras já foram pra outro estado, e até outro país. Aquela que nunca saiu da sua cidade, se tiver a oportunidade de sair do páis, será que iria? Por mais que ela tenha muita vontade, provavelmente daria um frio na barriga, medo, insegurança de ir tão longe do que está acostumada. Ela poderia enfrentar o medo e ir, ou não. Pra alguns ir pra um outro país é tranquilo, já pra outros sair dos limites da sua cidade seria muito difícil.

Fazer coisas novas: tem pessoas que não querem nem conhecer um restaurante novo; um local mais requintado, que considera “muito” pra ela (mesmo que tenha dinheiro pra isso); entrar em um lugar que nunca frequentou; vestir uma roupa diferente da usual; conversar com um estranho. Nada está impedindo elas de fazerem isso, certo? Mas não fazem, existe um limite.

Dirigir: o mesmo acontece com quem está aprendendo a dirigir, ela começa indo pra lugares conhecidos, e vai indo pra mais longe aos poucos, alguns conseguem ir além, vão pra outras cidades, estados, outros nãos saem dos limites que já conhecem. Nada os impede, o ato de dirigir já está aprendido, só iria dirigir para mais longe, mas existe um limite que ela não consegue ultrapassar.

Medo de se expressar: tem gente que pensa “se eu falar tal coisa, fulano pode ficar chateado”, “se eu rir alto como gostaria neste local, vão me achar doida”, “se eu disser o que penso nesta reunião vou ser demitida”, “se eu disser o que realmente acho podem me achar indelicada”, “se eu falar tal coisa, vão achar tal coisa de mim”. Já teve alguma voz dessa em alguma situação? Não tem nada que impeça esta pessoa (ou você, talvez!) de dizer o que realmente pensa, mas ela deduz o que o outro vai pensar ou deixar de pensar. Isso não é uma loucura? Como podemos saber o que se passa na cabeça de alguém? Por acaso temos controle sobre o que o outro pensa? Não controlamos nem os nossos pensamentos, que dirá do outro.

{ Dá uma olhada nesta entrevista muito engraçada no programa do Jô Soares, e veja o quanto a pintora Eila Ampula (1916,2008) é autêntica, fala sem medo nenhum o que pensa, e nem por isso deixa de ser admirável o seu jeito de ser:


Pode-se ter a sensação que o outro está nos julgando, analisando. Mas e você? Quando alguém fala algo, você pode até tirar suas conclusões naquele momento, julgar certo ou errado, etc., mas fica pensando nisso o dia todo? Acredito que não, logo esquece e nem lembra mais, afinal, tem sua vida pra cuidar. O mesmo acontece com as outras pessoas. Às vezes a sensação pode ser de que estamos sendo observados o tempo todo, e na realidade não é isso que está acontecendo, não somos o centro das atenções. Cada pessoa está preocupada com a sua própria vida, suas questões, assim como você. Esta é uma ótima reflexão pra quem se preocupa demais com o que os outros vão pensar.

Emprego: a pessoa tem um emprego que não suporta, tem aquele dia que não queria ir de jeito nenhum, queria muito poder faltar ao menos um dia e se dar um descanso, mas diz pra si mesmo que não pode, tem responsabilidades e contas a pagar e vão descontar o dia, etc.. Tudo bem, eles podem descontar o dia de salário, mesmo assim ela pode assumir o risco e decidir não ir, certo? Tem algo a impedindo? Não. Percebe que é uma sensação de não poder fazer? Calma, não estou incentivando faltas ao trabalho, é apenas pra parar, pensar e refletir, o que realmente me impede?

Relacionamentos: é comum se sentir preso dentro de um relacionamento, mesmo estando insatisfeito, sentir que não pode romper e acabar com aquela relação infeliz. Mas muitos superam e se separam, e percebem que não estavam presos a nada, faltava apenas uma atitude.

Aqui chegamos ao ponto chave: sensação. Em todos os exemplos podemos perceber que ser ou não livre é uma sensação, então, ela está dentro de nós e não fora, percebe? Não tem nada fora impedindo. Por mais desculpas e inúmeros motivos que possa dar de impedimento, se parar pra pensar, no fundo nada impede realmente, a não ser a sua crença/sensação de que não pode, capite?

Espero que tenha captado a mensagem, e reflita sobre todos os impedimentos, os motivos, as desculpas, os porquês que tem dado pra si mesmo pra se manter numa situação que não te faz feliz, seja ela qual for. Toda vez que disser pra si mesmo que não pode, pergunte-se: porque? Justifique, questione, até chegar ao ponto de enxergar que o único e maior impedimento é você mesmo, seja pela falta de atitude, baixa autoestima, falta de autoconfiança, comodismo, medo. Observe que o medo sempre está presente, é um grande vilão. Para ser livre é preciso coragem. Quem teve pais controladores ou muito críticos podem sentir se presos ou terem dificuldade de tomar decisões. É apenas uma sensação, é possível mudá-la!

Perceba que você é livre, sempre foi! E as grades da prisão que você se encontra, foi você quem criou. Se é assim, você é o portador da chave para se libertar.


“A porta esteve aberta o tempo todo. Sai! Quem tá lhe segurando? Você sabe voar.....A porta na verdade nem existe. Sai! O que está esperando? Você sabe voar.” Ana Carolina.


Por Katia Oliveira 
 




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